quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Reflexões sobre o primeiro amor.

 Voltando ao primeiro amor, o saudosismo do primeiro encontro.


    Ouvindo e cantando hoje dia 7/9/21 o hino quero voltar ao primeiro amor, passei a meditar sobre o primeiro amor ou a emoção ou o misto de emoções do novo amor.

    Ahh!!! 

O primeiro encontro, a primeira troca de olhar, o primeiro toque, as primeiras palavras apaixonadas, o primeiro beijo...

    A primeira vez que o Espirito Santo te inunda, te toma, as primeiras profecias, as primeiras palavras em línguas, a primeira palavra de conhecimento, a primeira revelação, as primeiras palavras de DEUS no seu ouvido.

    Aquela sensação de liberdade que só a salvação nos traz, adeus morte, adeus mundo e seu poder, adeus poderes deste mundo tenebroso, MEU JESUS JA VENCEU! e eu venci com ELE, sou FILHO! Sou livre!

    Esse grito de liberdade é um dos momentos mais sublimes do ser humano, não mais escravo mas filho.

    - O Senhor me tocou!

    Como é belo o primeiro amor!

    Não mede esforços, consequências, paga o preço, faz acontecer, passa por cima dos poderes, está disposto a dar sua vida, não consegue tirar seu amado de sua mente!

    Tão belo! Tão lindo! Tão Shakesperiano né? Arrebatador!

    Quero fazer um paralelo entre o amor Shakesperiano com um amor muito conhecido e também inglês, o amor da Rainha Elizabeth II.

    A Rainha conheceu o Philip em um encontro familiar em 1934, teve outro encontro de família em 1937 e em 1939 quando ela ainda era adolescente 13 aninhos, em uma visita a real escola de Darthmouth um pouco antes do inicio da segunda guerra mundial ela declarou que estava apaixonada pelo Philip.

    Philip deu um presente pra ela, que é claro guardou como uma relíquia, eles trocaram cartas frequentemente, a segunda guerra mundial começou, o Philip serviu na marinha real Britânica, cumpriu seu dever, se tornou herói e veterano de guerra e em 1947 foi anunciado o noivado.

    Tiveram filhos, netos, houve escândalos em sua família, até boatos de traição, mas os dois quando se encontravam, ainda olhavam um pro outro e diziam a si mesmos, "Eu te escolhi", claro não sem aquele olhar de gratidão, de amor maduro, de fé um no outro e admiração.

    Sabe aquele brilho no olho diferente? Aquele que já foi experimentado, que passou pelo fogo, que sofreu e ainda sim diz, eu morreria por você se fosse preciso.

    Dois velhinhos, cabeça branca, rugas... As curvas foram embora, os músculos foram embora, a altivez da juventude se foi com o passar dos anos e o que sobrou foi um amor maduro, inabalável.

    Philip faleceu aos 99 anos no dia 9 de abril de 2021, sua longevidade foi tão grande como seu casamento, que durou de 1947 até o dia de sua morte em 2021, 74 anos.

    Entenda não estou falando apenas de longevidade, estou falando de amor maduro, que suporta a tribulação, o dia mau, as fofocas, os boatos, suporta o fim da beleza vaidosa, suporta o decrescimento da necessidade sexual, suporta o fim da paixão que muitos ainda confundem com amor, suporta os seios caídos a bunda flácida, as pernas finas e a barriga marcada pela gravidade.

    Suporta o não, o talvez angustiante, o silêncio, o excesso de palavras, a confusão familiar, o conturbado dia-a-dia, as experiências pessoais de cada um, o labor de cada um, o amadurecimento da família, a partida dos filhos, a solidão dos dois após anos dedicados a projetos e responsabilidades pessoais.

    Estou falando do amor que uma vez decidido, uma vez selado, uma vez confirmado perante o altar jamais volta atras, estou falando do amor dedicado ao amado após ser provado por toda sorte de angustias e provações.

    Ahhh o amor maduro... Trabalhar de forma consciente e decisória, estar disposto a morrer apesar de, olhar nos olhos de CRISTO e sorrir com a amenidade que ele traz, com a paz que excede todo entendimento.

    Olhar todo o desprezo que você suportou na sua infância e juventude cristã, ver todo o sofrimento que você passou no meio da igreja, todas as injustiças e dor que te causaram e ainda sim, olhar para CRISTO, sorrir e permanecer no caminho da verdade.

    É aquele amor que após toda a caminhada árdua, olha pra cruz e diz, Pai, se possível, aparta de mim esse cálice, mas contudo se cumpra a tua vontade em minha vida, e mesmo diante desse próximo sofrimento de morte, consciente da morte, escolher os cravos das mãos, se entregar por outros e no meio da dor insana dos cortes no corpo clamar pelos seus carrascos. - "Pai, perdoa-os, não sabem o que fazem"..Não sabem que sou seu filho, não derrame sobre eles a Sua ira!

    O amor maduro, prega de forma responsável, não pra qualquer um, mas pra quem Deus manda, o amor maduro paga o preço não por qualquer motivo mas pelos motivos do REINO, o amor maduro acaba entendendo que o REINO de DEUS não é desse mundo e nossa luta não é contra carne ou sangue.

    O amor maduro, tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

    O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

    Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

    O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

    O amor maduro, deixa um legado de vida e não de morte, deixa um legado de aprendizado, ele marca a historia pela sua longevidade...

    O amor Shakesperiano, nasceu na Terça-Feira, quando Romeu foi a uma festa pra esquecer um amor perdido, lá no meio da dor do amor antigo, ele conheceu Julieta "o ser mais sublime que ele já tinha visto na terra"

    O Amor Shakesperiano é um amor que começou avassalador na terça, no dia posterior houve a conjunção carnal que foi seu momento de glória e culminou na tragédia da quinta-feira, um amor de três dias e que termina em morte.

    Pensando neste prisma, neste ponto de vista, o primeiro amor passa a ser um momento, o inicio do legado do amor, deixa de ser meu alvo e passa a ser o momento da decisão que me levará a fazer história, passa a ser um momento que eu preciso lembrar pra ter não só esperanças, mas para me lembrar de onde preciso chegar na minha caminhada.

    Olhando por esse ponto de vista, o que a igreja precisa na verdade é amadurecer em amor, e não ficar no saudosismo dos sentimentos de quando conheceu a CRISTO.

    Voltar a DEUS sim, mas não como quando se apaixonou por ELE, mas sim após ser provado e aprovado na perseverança se apresentar a ELE com seus corpos limpos em sacrifício consciente  de louvor.

    Rever as primeiras obras sim, porém não com saudosismo, mas como um meio de lembrar o quanto falta caminhar pra alcançar o objetivo.

    Rever os conceitos e valores sim, mas não para reconstruir a velha casa, mas sim para descontruir o velho homem e permitir ao oleiro fazer um vaso novo.

    O amor maduro é a esperança da glória é o tão falado CRISTO em nós.

    É o caráter de CRISTO transformando a nosso mente para que possamos experimentar a boa e agradável vontade de DEUS.

    Oro para que o Senhor traga a adoração da maturidade para a sua nação, para o seu povo, para minha vida, pra sua igreja, para que ao invés de chorarmos remoendo saudosamente a volta do primeiro amor, possamos chorar com arrependimento genuíno e clamar pela transformação do nosso coração.

    Dá-me um coração igual ao teu, meu mestre!


07/09/21 durante a torre de Davi, 6 horas de adoração.  Goiania, Goiás.

    

Nenhum comentário:

Postar um comentário